"As piras de Angel..."

Dedico este blog ao Amor e às incógnitas da vida, responsáveis pelos mais belos insights. Caminhando rumo à evolução do corpo, da mente e da alma, eternamente...

"Espíritos fortalecidos de paz deixavam de chorar, neste tempo, grandes energias passeavam aos corações. Fomos lançados ao infinito..."

sábado, 20 de maio de 2017

Pela valorização da Vida e da Mente

Após o suicídio do cantor Chris Cornell nesta semana, senti que deveria falar a respeito deste assunto visto por muitos como fraqueza ou bobagem.

Vamos às loucuras da mente...onde as sinapses mais parecem grandes explosões de galáxias do que um simples mecanismo celular.

Alice era uma mulher feliz e amava sua vida, mas naquele dia ela não estava bem após uma briga conjugal.
Foi então dominada por pensamentos negativos e autodestrutivos, ela sentia-se profundamente sozinha e também as dores do mundo, o inferno era a sua mente naquele instante. Sentia-se culpada por sentir tudo aquilo de ruim, afinal, a vida para ela era o bem mais precioso.
Em um momento de impulso, como que em uma "explosão galáctica", resolveu ingerir alguns comprimidos de uma medicação na qual um dos efeitos colaterais é sonolência, naquela noite ela apenas teve um sono mais pesado e pesadelos. Alice voltou com sua vida ao normal, mesmo diante de dias tristes que ali se instalavam. Ela sabia que não havia ingerido aqueles comprimidos para chamar a atenção, mas ela não via outra forma de aliviar aquele sofrimento profundo que sentia.



Dias depois, após outra discussão, uma nova "explosão de galáxias" ocorreu novamente, mas desta vez a galáxia seria muito maior. Foi um de seus piores dias da vida.
Em um momento de profunda tristeza, de pensamentos negativos e baixas energias, ela não poderia suportar tamanha tristeza, ela só queria apagar por instantes e acordar feliz novamente, como um computador que você desliga ao travar, e ao ligar novamente tudo estaria bem.
Mas pessoas não são como computadores.
Naquele momento fora de si, ela ingeriu 5 comprimidos da mesma medicação usada anteriormente. Alice estava sozinha em sua casa.
Naquele momento, ela queria TUDO, menos morrer. Ela apenas queria desligar por momentos, como uma fuga daquele sentimento tão profundo e triste, sua dor era insuportável.

Pouco tempo após ter ingerido os remédios, em sua cama, podia sentir seu corpo anestesiado e pesado, sentiu que sua pressão estava caindo, mas nada mais ela poderia fazer, pois mal podia movimentar-se.
Ali ela continuou por mais algumas horas, e o efeito do remédio só parecia aumentar. Alice estava em um sono superficial, hora acordava, hora dormia, dentro de pequenas alucinações causadas pelo excesso da substância.
Após talvez umas 2 horas, Alice sentiu muita vontade de ir ao banheiro, sua bexiga estava apertada. Mas ela percebeu que não conseguia se mexer, não era possível levantar um músculo, sua respiração estava lenta, e seu corpo pesado, percebeu então que não conseguia nem ao menos mover-se para virar de lado, tinha vontade enorme de chorar mas nem as lágrimas saíam.
Adormeceu novamente naquela tristeza profunda e acordou tempo depois com uma vontade maior ainda de ir ao banheiro, sua bexiga doía muito.
Alice criou forças, e mesmo dentro daquele peso e zumbido nos ouvidos, levantou-se e foi até o banheiro apoiando-se nas paredes para não cair. Ao sentar-se no banheiro, ainda apoiada nas coisas ao seu redor, sentiu que seu coração acelerava e batia com todas as forças. Seus braços pareciam cair sozinhos sem forças e Alice foi dominada por um medo absurdo de morrer, pois pôde sentir a realidade da morte naquele instante e achou que fosse cair no chão naquele momento, mas respirou rapidamente e voltou para a cama (também apoiando-se) onde lá ficou imóvel até o dia seguinte.
Foi talvez a pior noite de sua vida, perdendo apenas para noites de falecimento de algum ente querido.
Alice sentiu-se aliviada por não ter tido sucesso na sua tentativa de desespero, talvez no fundo ela não tivesse a "coragem" necessária para tomar ainda mais comprimidos, mas ela não sabia o que poderia ocorrer com seu corpo ao tomar aquela dose alta.

Este era o sentimento de Alice, mas cada pessoa que tenta acabar com a própria vida sente algo diferente.
O suicídio vem de algum quadro depressivo e merece atenção para que se tenha um tratamento adequado para cada caso.
E agora me peguei pensando no que ocorreu com Alice...sem dúvida alguma ela teria se arrependido se acabasse morrendo em sua tentativa de "apagar" por instantes.
Uma pessoa está fora de si quando age para tirar sua própria vida e nos mostra que algo não vai bem. Provavelmente a grande maioria daqueles que cometeram suicídio com sucesso se arrependeriam instantes logo após o ato.

Este tema nos mostra que não podemos tratar o suicídio como fraqueza, afinal ninguém trata como fraco um diabético pela sua doença, no caso do suicídio é a mente que precisa de "ajustes".

A vida aqui é um presente infinito, devemos transformar as adversidades em um degrau para o amadurecimento e evolução pessoal.

Devemos rever valores de vida, da alma e da mente, para darmos o real valor que nossa vida tão PRECIOSA merece!